Pesquisadores da Universidade de Coburg na Alemanha, Universidade de Cambridge do Reino Unido, Universidade de Primorska da Eslovênia e Microsoft, conduziram um estudo para medir quantitativamente como seria passar uma semana inteira trabalhando no metaverso. Em comparação com o trabalho físico, os resultados foram significativamente ruins.
Não parece atoa que os executivos do Facebook tenham decidido mudar o nome da companhia para Meta. A realidade virtual ou metaverso veio para ficar, sem dúvidas. Há muitas empresas investindo no metaverso, inclusive empresas brasileiras. Mas há poucos estudos que comprovem que os headsets sejam uma opção viável para a eficiência do trabalho. E é justamente esta a linha da pesquisa em questão. Validar quantitativamente um experimento de trabalho real.
Como foi realizada a pesquisa no metaverso e no físico?
Para o estudo chamado Quantifying The Effects of Working VR for One Week, disponível aqui, foram escolhidos 18 participantes voluntários entre funcionários e pesquisadores da universidade. Um escritório de realidade virtual foi criado para o experimento. Os participantes passaram 8 horas, com um intervalo de 45 minutos para o almoço durante uma semana. Depois passaram o mesmo período em um ambiente de trabalho físico. Durante os períodos respondiam questionários. Métricas do trabalho também foram coletadas.
Veja também:
- SSD NVMe e SSD SATA: qual opção de update é a correta para o seu computador
- Pesquisa revela que líderes empresariais de serviços financeiros não confiam nos dados
- Governo de SP lança biblioteca digital gratuita com mais de 15 mil títulos e atividades culturais
- Seu aparelho vale dinheiro na compra de um Samsung
Os participantes não receberam instruções de como executar atividades. Eles podiam decidir como controlar seu trabalho. Todos eles receberam equipamentos de realidade virtual idênticos.
Performance pior no mundo virtual
Dos 18 participantes, 2 desistiram em poucas horas alegando náusea, ansiedade e enxaquecas, causadas possivelmente pelo peso do headset de realidade virtual Oculus Quest 2 ou pelo processo de ambientação.
O resultado dos questionários e medições, cujas respostas podem ser vistas no repositório oficial, demonstram que as consequências foram quase todas negativas. Houve um aumento de 48% no cansaço visual e 42% no nível de frustração. Os voluntários também relataram uma queda no bem estar. Alguns reclamaram de sentirem-se menos produtivos. Um exemplo são as anotações mais fáceis no mundo físico. A velocidade de digitação, como se pode ver no gráfico abaixo, cai consideravelmente.
Mas a notícia boa é que ao longo da semana os efeitos negativos foram diminuindo. O que certamente evidencia uma adaptação das pessoas ao ambiente virtual. Fica claro que o trabalho para ser totalmente virtual precisa ser repensado e os headsets também precisam evoluir. Mas estudos como este podem servir para novos aprimoramentos e um dia quem sabe, faça sentido todo o hype ao redor desta tecnologia.