A Nvidia emprestou a Geforce GTX 980 padrão (fabricada pela própria Nvidia). Sou fã de jogos para PC por três motivos: Os jogos usam resolução gráfica igual a de videogames ou, dependendo do caso, chega a ser superior.
Em segundo lugar porque os jogos são mais baratos do que a mesma versão para videogames. E, por fim, existe a plataforma Steam, que oferece “toneladas” de jogos e também faz promoções com frequência, nas quais os jogos podem chegam a ter 70% do preço original ou sugerido.
Meu desktop já tem dois anos de idade (um tempo que é, no mínimo, mais de meia idade se compararmos com a idade de humanos. Para um computador, portanto, já é um “Senhor”). E será que ele suportaria uma placa de vídeo potente, topo de linha para que eu pudesse aproveitar toda a experiência gráfica que um jogo sofisticado oferece?
Bom, a Nvidia, fabricante de placas de vídeo, me ajudou ao emprestar uma placa GeForce GTX 980. Ela não é a mais avançada do mercado, existe a GTX 980 Ti, por exemplo. Mas o legal da GTX 980 é que custa menos do que a GTX 980 Ti e entrega uma ótima experiência em jogos também.
Se você está interessado em uma solução dessas para jogar, leia primeiro os detalhes a seguir para saber se o seu desktop vai suportar uma placa de vídeo topo de linha. Portanto, esse review é para quem deseja montar um PC sem gastar tubos de dinheiro e mesmo assim obter gráficos de qualidade.
Não há testes de overclock (técnica utilizada para forçar o aumento da frequência de trabalho da CPU ou GPU) aqui, mesmo porque se a ideia é economizar, montei um PC com componentes comuns, mantendo um nível de qualidade para se obter o resultado desejado, claro. Mas nada que seja caro demais ou que precise de muito conhecimento técnico para montar. Quero mostrar aqui que é possível ter um desktop para jogos com cara de desktop comum, mas que muitas pessoas possam montar.
Itens primordiais (ou seja, o basicão)
Em primeiro lugar você precisa de uma fonte de alimentação que suporte a placa de vídeo top. Essas placas demandam muita energia, pois não existe segredo. É como um carro: quanto mais cavalos de potência, mais combustível é necessário para fazê-lo “voar”. E o motor de um carro potente é uma ótima comparação com placa de vídeo e explicarei mais adiante.
Fonte de alimentação para a Nvidia GeForce GTX 980
A fonte de alimentação geralmente é vista pelo consumo em watts. Por isso você ouve falar em fontes de 300 watts até fontes que são verdadeiras usinas chegando a 1.300 watts de potência. E aqui você deve tomar cuidado. Não é preciso uma fonte dessas para aproveitar o máximo dos jogos, porém, você precisa de um valor mínimo para instalar uma placa como a Nvidia GTX 980.
Nossa sorte é que os fabricantes lutam por fazer componentes cada vez menores e que, consequentemente, consomem menos energia. Para uma placa como a GTX 980, você vai precisa de uma fonte de 500 watts. Mas muita calma nessa hora, porque só saber a potência não basta.
Uma fonte de alimentação de desktop é composta pro várias fontes dentro dela. Porque ela fornece tensões e corrente diferentes para cada componente do computador. Uma fonte precisa alimentar a placa mãe, discos rígidos, outros drives, leds e conectores. Cada componente tem consumo diferente, por isso a fonte vem com vários cabos que fornecem a tensão e corrente adequadas.
E quando você vai instalar uma placa de vídeo potente, ela precisa de uma ou mais linhas de alimentação somente para ela. Portanto, é importante que a fonte de alimentação tenha ao menos duas linhas de energia dedicadas à placa. Geralmente vem marcado no cabo a inscrição PCI-e, que é o tipo do slot em que a placa de vídeo será instalada.
Resumindo: a fonte para a Nvidia GeForce GTX 980 precisa, no mínimo, 500 watts (especificação da própria Nvidia) e também duas linhas (cabos) de alimentação de 6 pinos cada um. Mas eu compraria uma fonte de, no mínimo, 550 ou 600 watts. Porque quando se trata de energia, é melhor sobrar um “lastro”. O motivo é que se você instalar mais algum componente no seu PC no futuro, não terá problema em queimar sua fonte.
DICA: Não precisa comprar uma fonte cerrérima, mas também não compre a mais barata. Porque é certeza que a mais barata, daquelas sem marca, vai queimar. As fontes mais baratas não fornecem a corrente necessária para alimentar uma placa de vídeo desse porte e o que acontece é que a fonte queima. Boas marcas que são tradicionais: Thermaltek, Cooler Master, Corsair e OCZ
Gabinete e ventilação
Uma placa de vídeo de alto desempenho como a Nvidia GTX 980 tem dimensões grandes: 26,7 cm de comprimento por 11,1 cm de altura e ocupa a largura de dois slots no PC. Pra ter uma ideia, a placa pesa pouco mais de 1 quilo. Portanto, é preciso de um gabinete grande. Além disso, ele precisa ser bem ventilado, o que significa que ele precisa de, no mínimo, três fans (ventiladores) de 12 cm de diâmetro.
DICA: Há muitas opções de formatos no mercado. Como a pauta aqui é economia, você não precisa de um gabinete tipo carro alegórico, com neons em várias cores piscando o tempo todo.
Esses gabinetes são bem legais, porém, são para aficionados por games. A dica é ir nas marcas tradicionais para pegar um gabinete que ofereça boas posições de conectores e passagens para os cabos internos.
As marcas tradicionais e que também possuem gabinetes discretos e mais econômicos são a Thermaltake, Cooler Master, NZXT e Corsair. Eu utilizo um NZXT que tem muito espaço interno, possui ótima ventilação e, por ser mais parecido com um gabinete comum, o preço é bem acessível.
Processador, placa-mãe, memória e slots
Aqui o assunto fica um tanto delicado, pois estamos falando do coração e cérebro da máquina, além do sistema sanguíneo da máquina. É vital que, para jogos você tenha um bom processador.
Novamente vale lembrar que esta matéria é para você ter uma ótima experiência em jogos sem ter que gastar muito. Portanto, não precisa ter um processador de última geração, mas precisa de um que suporte multitarefas e use uma boa frequência de trabalho, o tal do clock.
DICAS: Na prática a dica é um Core i5 para desktops que trabalhe em uma frequência mínima de 2,8 GHz. Ou um AMD FX que tenha a mesma frequência. O meu processador (que foi usado nos testes) é um AMD FX-8120, de oito núcleos e frequência entre 1,4 GHz (em repouso ou baixa atividade) e 3,1 GHz quando a demanda é grande.
Acima dele, ainda há três modelos FX, mas a experiência com o AMD FX-8120 foi ótima para jogos. Preferência por Intel ou AMD? Sinceramente, as duas marcas entregam desempenho ótimo para o usuário final.
A placa-mãe precisa ter ao menos slots (pentes onde as placas são espetadas) tipo PCI-e x16 2.0. Essa é a especificação de barramento na qual a placa gráfica troca dados com processador e memória. A GTX 980 usa um barramento PCI-e X16 3.0.
A minha placa-mãe é uma Asus Crosshair IV Extreme. Apesar do nome com muita pompa ela não é nova; é um modelo de 2012. E usa barramento PCI-e x16 2.0.
Posso dizer sem medo que isso não influenciou no desempenho e tive uma experiência ótima com jogos. Essa matéria detalhadíssima (está em inglês) mostra gráficos em que a versão do barramento PCI-e pouco importou no desempenho. Essencial: ter espaço para instalar a GTX 980, pois ela ocupa o lugar de dois slots. A dica básica aqui é: toda placa gráfica de alto desempenho é espaçosa (!).
A memória RAM precisa ter no mínimo 1.333 MHz de frequência. Isso é necessário porque é por meio dela que a CPU e a GPU vão “conversar”.
Se ela trabalhar em menor frequência, o cérebro da máquina terá que esperar ciclos para manter a conversa. Outra dica é a quantidade. Se você quer jogar, tenha no mínimo 8 GB de memória.
A quantidade de dados, cálculos aritméticos e de lógica é grande quando estamos jogando. E cuidado com a marca. Por ser um item essencial, onde o fluxo sanguíneo do sistema corre em toda sua quantidade, qualquer erro, faz o sistema travar.
Busque marcas como OCZ, Corsair e Kingston. É um item que pode sair caro, mas não é bom economizar aqui, mesmo se você não for jogar!
Como uma placa gráfica funciona
Primeiro, acho legal explicar porque uma placa de vídeo é interessante para jogos. Um jogo sofisticado é repleto de gráficos vetoriais e que precisam ser preenchidos com texturas. E é claro que, quanto mais detalhes nas texturas, mais os gráficos se aproximam da realidade.
E mais: jogos usam tiros, explosões, fogo, fumaça, sombras, luzes e muito mais elementos como chuva, reflexos, fog e outros elementos que se movem por si só, como folhas de uma árvore e animais que interagem com o ambiente por exemplo.
Além disso é preciso lembrar dos movimentos. A cada movimento do personagem ou objetos, o processador precisa calcular todos os pontos de onde esse objeto vai. E lembre-se que quem está controlando o personagem é você.
Portanto, todos esses cálculos precisas ser feitos em tempo real. Quando o jogo está lento demais é porque o sistema (CPU, GPU, memória) não estão “dando conta” do recado e precisam de mais tempo para fazer o cálculo. Isso geralmente acontece quando não temos uma placa gráfica dedicada.
Ou seja, tudo é feito pelo processador e pela GPU que está dentro dele. E sozinho, o processador não consegue lidar com todos esses elementos de um jogo.
É aí que entra a placa gráfica. A Nvidia GTX 980, por exemplo, tem 2.048 núcleos a serviço dos gráficos. Isso mesmo, você leu certo, são 2.048 núcleos. Mas diferente da CPU do computador, esses núcleos são dedicados a trabalhar com vetores.
Por meio do driver da placa, um software que você instala para ela ser gerenciada pelo sistema, o processador do computador sabe quando é o momento de “passar a bola” para a placa gráfica. Assim ele não fica sobrecarregado.
Por exemplo, durante um jogo, quando chega uma instrução de desenhar um gráfico em movimento, ela é passada automaticamente para a placa gráfica, que divide o trabalho em pedaços e distribui entre seus 2.048 operários núcleos. Com muitos núcleos trabalhando em paralelo, o trabalho é entregue muito, mas muito mais rápido.
É claro que outras operações estão envolvidas, como cálculos de lógica e preenchimento dos gráficos e, por isso, a placa gráfica também vem munida de memória; no caso da Nvidia GTX 980, são 4 GB.
Essa é uma explicação bastante simplificada, mas é isso o que acontece quando você utiliza uma placa gráfica: sua experiência de jogo é incrível.
Os testes com a GTX 980 em um PC não gamer
Aqui vamos saber como a placa da Nvidia se saiu nos testes em um desktop de configuração intermediária. A placa-mãe é a Asus Crosshair IV Extreme e a configuração do computador segue abaixo:
Antes de falar de jogos, quero dizer que a GTX 980 foi totalmente compatível com as aplicações que utilizo. Editores de foto como o Photoshop e o gratuito Paint.net funcionaram sem problemas. Aliás, o Paintshop também utiliza o poder da placa gráfica, o que torna a edição de fotos, principalmente no modo RAW, mais rápidas.
O editor de vídeo Sony vegas também rodou sem problemas. E para quem tem dúvida sobre Windows 10, fique tranquilo, tudo correu muito bem entre ele a GTX 980.
Instalei alguns jogos como FarCry 4, Metro Last Light, Battlefiled 4 e Assassin’s Creed Syndicate. Não quero me estender e ficar explicando quais configurações os jogos rodaram melhor. O que acho melhor dizer aqui é que tive uma experiência excelente nos jogos. Para atingir uma boa jogabilidade é preciso que o jogo tenha ao menos 30 fps (frames por segundo) e a GTX 980 mais a configuração do meu PC conseguiram atingir essa faixa.
Em FarCry 4, foi o que deu mais trabalho para meu PC. Com gráficos rodando em média a 38 fps, joguei sem problemas. Alguns itens da parte gráfica eu precisei desabilitar ou baixar a definição, como sombras e o anti-aliasing (corrige o serrilhado dos contornos) que tive que deixar em MSAA 4x.
Mas isso não estragou minha experiência no jogo: não havia travamentos e nem as irritantes “brecadinhas”. Alguns detalhes de sombra e fumaça sumiram, mas nada que tirasse a emoção do jogo.
Quanto aos outros três jogos, consegui jogar todos na configuração máxima de vídeo, que é deixar o anti-aliasing no máximo, sombras e filtro anisotrópico (exibe objetos mesmo em distâncias grandes).
A taxa de frames para o Metro Last Light, que também tem gráficos muito exigentes, variava entre 40 e 45 fps. O Battlefield 4 ficou entre 48 e 90 fps, dependendo das cenas, pois o BF4 tem cenas hora com muitos elementos e hora com pouquíssimos.
Assassin’s Creed Syndicate foi o que menos variou, ficando entre 39 e 42 fps. O que faz sentido, pois os cenários desse jogo, apesar de passarem em ambientes diferentes, são todos desenhados de forma uniforme, seguindo um padrão de algoritmo, o que faz manter um pouco mais de estabilização.
Benchmark da Nvidia GeForce GTX 980
Enfim, rodei também o software de benchmark 3D Mark, da Futuremark. Executei em todos os seus modos, que roda testes gráficos em configurações distintas. São modos que o 3D Mark roda testes gráficos em configuração de vídeo mínima até a máxima configuração de vídeo, acionando todos os recursos de vídeo.
É interessante rodar benchmarks porque servem como referência e você pode comparar em outros sites, inclusive no próprio site da Futuremark. Eu capturei as telas de todos os modos do 3D Mark que executei e elas estão abaixo, da ordem de menor configuração para a maior.
Interpretando os valores de cada modo: repare que há uma diferença enorme entre o modo mais avançado e o modo mais básico.
Essa diferença mostra o quanto é difícil em termos de cálculos lógicos, aritméticos e vetoriais para se compor um jogo com gráficos e elementos de física (a trajetória de um projétil, por exemplo) muito sofisticados.
Não é toa que uma placa de vídeo precisa de refrigeração própria!
Exemplos de alguns jogos testados na Nvidia GeForce GTX 980
Capturei vídeos de parte do jogo Battlefield 4 e de Metro Last Light. Infelizmente não consegui capturar vídeos do Assassin’s Creed Syndicate e Far Cry 4, por algum problema de incompatibilidade do engine ou interface do jogo com o programa de captura. Mas o importante neste tópico é mostrar o quanto os jogos fluiam bem, os gráficos eram detalhistas e, portanto, a experiência de jogar foi muito prazerosa.
Teste com o jogo Battlefield 4
Teste com o jogo Metro Last Light
Conclusão e considerações
O resultado aqui é bem simples. Fiquei muito feliz em saber que a configuração de meu desktop foi suficiente para rodar jogos sofisticados com ótima experiência em gráficos e jogabilidade.
A configuração do meu PC não é top-de-linha, como descrevi no texto acima. E suportou a placa Nvidia GeForce GTX 980, que é mais recente até a data de publicação desse review.
Se você está pensando em montar um PC para jogos e não o faz porque acha que vai gastar muito, então aqui está a prova de que é possível se divertir bastante sem precisar ter a última bolacha do pacote uma configuração de PC que mande um foguete para o espaço.
É necessário ter alguns cuidados sim para instalar uma placa de vídeo potente, portanto, siga as recomendações descritas nesse texto e você poderá ter o seu desktop de jogos.
Ele não vai chamar a atenção pelo design, mas vai impressionar seus amigos com a definição de imagem e efeitos que uma boa placa de vídeo pode reproduzir. Além, é claro, de garantir sua diversão.