Durante a CES 2017, a BMW, Intel e Mobileye anunciaram uma parceria em que vai nos permitir ver carros autônomos andando pelas ruas ainda nesse ano. Os testes vão começar no segundo semestre com uma frota de 40 BMWs série 7 que irá circular inicialmente nos EUA e na Europa.
“Este ano, a nossa frota de veículos já testará esta tecnologia sob condições reais de trânsito. Este é um significativo passo rumo ao lançamento do BMW iNEXT em 2021, que será o primeiro veículo totalmente autônomo do BMW Group”, declarou Klaus Fröhlich, Membro do Conselho Administrativo do BMW AG para Desenvolvimento.
O que cada empresa faz nesse projeto
Como parte dessa parceria, o BMW Group será responsável pelo controle e dinâmica da condução e avaliação da segurança funcional geral, incluindo a configuração de um mecanismo de simulação de alto desempenho, a integração geral de componentes, a produção de protótipos e, eventualmente, a ampliação da plataforma por meio dos parceiros de implantação.
A Intel traz elementos da computação de alto desempenho que abrangem do veículo ao data center. A recém lançada solução Intel GO para a condução autônoma oferece processador e tecnologias FPGA (chips reprogramáveis que não precisam de placas de montagem) para o equilíbrio mais eficiente entre desempenho e energia, ao mesmo tempo em que atende requisitos de temperatura e segurança da indústria automotiva.
Dentro do carro a solução Intel GO oferece uma plataforma computacional e de desenvolvimento escalável para funções críticas, incluindo união de sensores, política de condução, modelagem do ambiente, planejamento do caminho e tomada de decisões. No data center, a Intel oferece uma ampla gama de tecnologias que suportam a plataforma Intel GO incluindo os processadores de alto desempenho Intel Xeon e Intel Xeon Phi. A Intel também oferece infraestrutura para treinamento, simulação e aprendizado de máquinas necessária para a direção autônoma com a plataforma Intel Nervana para inteligência artificial.
A Mobileye contribui com o seu processador de visão computacional de alto desempenho EyeQ 5, que oferece segurança funcional automotiva e desempenho com baixo consumo de energia. O EyeQ 5 é responsável pelo processamento e interpretação da entrada dos sensores de visão do entorno em 360 graus, bem como a localização. O EyeQ 5 em conjunto com as tecnologias de CPU e FPGA da Intel, forma a Plataforma Computacional Central que será integrada em cada veículo autônomo.
A Mobileye também vai colaborar com o BMW Group para desenvolver uma solução de união de sensores, criando um modelo do ambiente que cerca o veículo, usando dados de entrada dos sensores de visão, radar convencional e a laser. Além disso, estabelece uma política de condução, incluindo os algoritmos de reforço do aprendizado da Mobileye usados para dotar o sistema do veículo com a Inteligência artificial necessária para negociar com segurança situações complexas de condução.
O veículo autônomo vai mudar o modo de como usamos o carro
Este blog questionou a Intel sobre esse avanço. As fabricantes e montadoras pretendem apenas vender carros autônomos para o consumidor final? O que significa esse avanço para a indústria automobilística? A resposta, certamente, não é apenas gerar mais conforto.
Estão envolvidos o aumento da agilidade no trânsito, já que os sensores podem identificar outros carros e todos andam na mesma velocidade. Em consequência disso os acidentes diminuem muito (chegando a zero salvo existam falhas ou mesmo Hackers).
Além disso, os serviços. Imagine o que as montadoras e as fabricantes de carros vão fazer para aumentar mais seus lucros? Comprar as companhias de táxi e stat ups de carona, como por exemplo, Uber e Cabify. E isso leva a outra reflexão: precisaremos realmente comprar carros no futuro? Veja a resposta na íntegra de Fabio Tagnin, diretor de IoT (internet das coisas, na sigla em inglês) da Intel para a América Latina:
A condução automatizada vai muito além do conforto para o usuário final. A questão da segurança do motorista e passageiros e da diminuição dos acidentes de trânsito são fatores preponderantes para a evolução e consolidação dos carros sem condutor, assim como a sua manutenção preventiva e dinâmica, e a integração total do veículo ao sistema viário. E a Intel está comprometida em transformar o futuro em direção à condução autônoma com sua plataforma completa de soluções automotivas, que abrange sensoriamento, câmeras, gateways, conectividade e a nuvem. A tecnologia está acelerando o ritmo da inovação na indústria automotiva e mudando a maneira como usamos nossos carros. Em um futuro próximo, veremos um foco maior das montadoras no que os veículos conseguem fazer, conectados à infraestrutura viária, trocando informações com outros veículos e sistemas, o que altera drasticamente a dinâmica do mercado e gera novas oportunidades e nichos de negócios. Ainda é cedo para sabermos quais os novos modelos de empresas que vão surgir e atuar no mercado de carros autônomos, mas é certo que teremos muitas novidades e experimentações nos próximos anos.”
Veja também abaixo um vídeo que ilustra como o conjunto de sensores e outras tecnologias do carro autônomo aumentam a segurança e a agilidade de locomoção: