Marte sempre foi o planeta mais cobiçado para ser explorado. Vários países já enviaram missões ao planeta vermelho, inclusive com sondas robóticas para explorar a superfície do planeta vermelho.
E ainda continuam explorando. A Nasa enviou, em julho de 2012, a Curiosity, que continua explorando a superfície de Marte até hoje. Recentemente, em julho de 2020, enviou outra, chamada Perseverance, que deve chegar à Marte em fevereiro de 2021 e auxiliar na exploração. Aliás, é possível acompanhar a chegada dela nesse link da Nasa e também saber tudo sobre ela.
Porém, vale destacar uma sonda robótica:
A sonda espacial MER-B (Mars Exploration Rover – B), batizada de Opportunity, e até apelidada de Oppy, pousou em Marte em 2004 e encerrou seus trabalhos em 2018. Foram 14 anos de atividade de um veículo-robô circulando em outro planeta, sem qualquer intervenção humana, fisicamente falando.
É inegável que foi um feito e tanto. Estou falando da capacidade humana. De onde conseguimos chegar. Desde enviar uma máquina à Marte, em uma viagem que durou sete meses, em seguida pousar em uma atmosfera diferente e ainda com segurança, para não espatifar o robô, que teria um trabalho importante a fazer no Planeta Vermelho.
De 90 dias para 14 anos
A parte realmente boa da história foi a extensão do tempo de trabalho da Opportunity. O plano da Nasa era para a Oppy explorar geograficamente uma pequena região de Marte por apenas três meses.
Mas, com um plano de engenharia e com muitos cuidados ao manusear a sonda remotamente, a Oppy continuou a explorar e a enviar dados para a Nasa durante 14 anos. Foram mais de 228 mil imagens e, graças a ela, foi possível descobrir que Marte teve água e também condições para manter uma vida, mesmo que não seja humana.
Como o planeta vermelho tem órbita semelhante à da Terra, as baterias solares da Oppy eram recarregadas durante o dia. Ela conseguiu percorrer mais de 45 quilômetros.
Parece um percurso curto pelo tempo em que ela ficou no planeta vermelho. Mas mover um veículo de 185 quilos e do tamanho de um carro, tendo que percorrer terrenos difíceis e enfrentar constantes tempestades de poeira, foi algo impressionante.
E é preciso lembrar que as tecnologias utilizadas no hardware da Oppy foram desenvolvidas em 2004.
Outro detalhe: a Oppy só foi considerada como perdida, depois que foi pega por uma das piores tempestades de poeira em julho de 2018. A poeira ficou tanto tempo na atmosfera, que a falta de luz solar acabou por drenar a energia das baterias. Depois de várias tentativas da Nasa para obter contato, foi decidido abortar as operações com a Opportunity.
Marte: a visão do planeta pela sonda Opportunity
O vídeo abaixo, do cineasta norte-americano John D. Boswell, também conhecido como melodysheep, usa imagens capturadas pela sonda Oppy. A música foi composta usando os sons dos ventos marcianos para prestar homenagem ao veículo mais resistente até agora (2020) – e, por extensão, aos responsáveis por sua inspiradora viagem.
Em 2 minutos, o cineasta fez um compêndio das imagens feitas durante os 14 anos de atividade da Oppy, até mesmo sua última imagem, que foi quando a derradeira tempestade a atingiu.
A mensagem dramática final no vídeo, provavelmente foi uma interpretação do cineasta, usando licença poética para finalizar a história com um toque de humanidade. Valeu como um marco histórico da capacidade do ser-humano e que este site deixa registrado nessa matéria.
É bem provável que a sonda Curiosity e a Perseverance consigam ultrapassar o tempo de vida da Oppy. Pois, mesmo que aconteça alguma tempestade, suas baterias usam energia nuclear. Mas, por enquanto, a primeira a ficar tanto tempo em operação, foi a Oppy.
Nem meu carro, o qual faço manutenções periódicas, não creio que chegue a 14 anos… :)) Assista ao vídeo e deixe seus comentários aqui na matéria.