Será que daria certo meter a mão na massa e você mesmo reparar seu smartphone? Para a maioria das pessoas hoje em dia a resposta é um fatídico não. O índice de reparabilidade, ou a capacidade de reparo das peças só diminuem com o tempo. Anos atrás, os dispositivos eram mais resistentes (e com componentes maiores). Tirar uma bateria, trocar um teclado, um sensor de câmera queimado, ou até uma tela trincada eram tarefas que pessoas comuns podiam fazer sem grandes intercorrências.
Com a indústria se esmerando em produzir configurações cada vez mais potentes em espessuras menores, a reparabilidade sumiu. Componentes colados, parafusos minúsculos, placas integradas, camadas de dissipação, telas curvas e sem borda e outros requerem técnica super especializada. A iFixit, que há anos serve de guia para os reparadores de plantão, tem a cada dispositivo uma pontuação para indicar reparabilidade. E a Apple sempre foi o algoz dos reparadores.
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Mas aí que mora a novidade. Em recente entrevista para o The Verge, o CEO da iFixit, Kyle Weins deu uma declaração de que os usuários estão dispostos a trocar suas marcas preferidas por dispositivos reparáveis. De olho nesta tendência, Samsung, Google e até a Valve acordaram que seus dispositivos passarão a ser mais reparáveis e o iFixit servirá de ponte. Venderá kits de reparação e até guias de como arrumar o problema. A Motorola já fazia parte de acordo semelhante e é bom lembrar que o Google já era entusiasta disso antes, com o smartphone modular do Projeto Ara (que ilustra esta matéria e o coração de qualquer tech junkie).
O governo Francês exige desde 2021 que os vendedores coloquem ao lado do preço um aviso deste índice de reparabilidade. E em pesquisa pela própria Samsung francesa, 80% das pessoas estão dispostas a trocar uma marca menos reparável por uma mais. Há discussões em torno dos direitos dos consumidores no parlamento europeu. Tudo isso pode elevar a pressão e o consumidor finalmente poderá reparar seus eletrônicos. Ou pelo menos é isso em esperamos.
Veja o grau de reparabilidade de alguns dispositivos, segundo o iFixit:
E para ver mais aparelhos, segundo o ranking de reparabilidade francês, vá até o site oficial do governo.
Fonte: The Verge
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