Museu do Videogame vai representar o Brasil em evento internacional

O Museu do Videogame Itinerante é o primeiro do gênero no Brasil registrado e reconhecido pelo Ibram – Instituto Brasileiro de Museus e foi um dos dez museus escolhidos para representar o nosso país no Museum Connections.

Trata-se de um evento internacional que reúne milhares de profissionais de museus do mundo todo em Paris e acontecerá nos dias 20 e 21 de janeiro de 2016.

Vencedor do prêmio de museu mais criativo do país em 2014 pelo Ministério da Cultura, o Museu do Videogame Itinerante recebeu, somente em 2015, mais de 3,5 milhões de visitantes em nove cidades que visitou (Campo Grande-MS, Londrina-PR, Recife-PE, Pelotas-RS, Salvador-BA, Aracaju-SE, Fortaleza-CE, Teresina-PI e Pato Branco-PR).

O que é a Museum Connections

Em sua 21ª edição, a Museum Connections é uma feira internacional que ocorre anualmente e reúne profissionais de diversas áreas ligadas à museologia, gestão de museus, sustentabilidade e empreendedorismo ligado à cadeia produtiva de museus.

Em 2015, a feira reuniu 170 expositores e teve público visitante de mais de 4 mil pessoas.

Conforme estabelece o edital “Conexão Cultura Brasil #negócios”, do Ministério da Cultura, foram selecionados dez empreendedores e representantes de empreendimentos brasileiros ligados à cadeia produtiva de museus e dez representantes de museus brasileiros.

Ao todo, 98 propostas de empreendedores foram encaminhadas para o Ministério.

Museu do videogame itinerante – 43 anos de história

De acordo com o curador do Museu do Videogame Itinerante, Cleidson Lima, o acervo conta com cerca de 250 consoles de todas as gerações que contam 43 anos de evolução.

Entre as relíquias estão o primeiro console fabricado no mundo, o Magnavox Odyssey, de 1972; o Atari Pong (primeiro console doméstico da Atari), de 1976; Fairchild Channel F, de 1976 (primeiro console a usar cartuchos de jogos); o Telejogo Philco Ford, de 1977 (o primeiro videogame fabricado no Brasil); o TV-Game 6 (primeiro console fabricado pela Nintendo), de 1976, o Nintendo Virtual Boy, de 1995 (primeiro a rodar jogos 3D); o Vectrex, de 1982 (console com jogos vetoriais que já vinha com monitor); o Microvision (primeiro portátil a usar cartucho), de 1979 e o R.O.B (robozinho lançado juntamente com o Nintendo 8 bits, em 1985), entre outros.

Cleidson e um dos cômodos de sua casa, repleto de videogames. Na mão direita está o Magnavox Odissey, de 1972. O outro é o Telejogo Philco Ford, de 1977 (Foto: Janaina Ivo)

Um dos diferenciais do Museu do Videogame Itinerante é que, além de conhecer consoles e jogos raros, os visitantes também podem jogar em alguns videogames que fizeram história, tais como o Telejogo Philco-Ford, Atari 2600, Odyssey 2, Nintendo Famicom, Nintendinho 8 bits, Master System, Mega Drive, Sega CD, Super Nintendo, Neo Geo, Panasonic 3DO, Turbografx, Nintendo 64, Game Cube, Sega Dreamcast, Xbox, Playstation 1, PlayStation 2, entre outros.

O espaço conta ainda com modelos da nova geração de consoles, tais como PlayStation 4, Xbox One e Wii U.

Como teve início o Museu do videogame

O Museu do Videogame Itinerante começou em 2011, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a partir de uma coleção de videogames de Cleidson Lima, mantida desde 2004

Em 2014 recebeu o prêmio do Ministério da Cultura como o museu mais criativo do Brasil. Em 2015, com apoio da PlayStation Brasil, Nintendo, Intel, Ubisoft e Philips, o museu ganhou novo formato e tornou-se itinerante, passando a ser o primeiro do gênero no país registrado pelo Instituto Brasileiro de Museu (Ibram).

Em 2016, o Museu do Videogame Itinerante está previsto para passar por cidades como Curitiba-PR, Caxias do Sul-RS, Maceió-AL, João Pessoa-PB, São Luís-MA, Belém-PA, Manaus-AM, Recife-PE, Fortaleza-CE, São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ e Brasília-DF.

Curiosidade

A foto onde Cleidson Lima aparece segurando dois videogames, foi tirada por sua esposa no ano de 2011. Exatamente nessa época ela havia dado um ultimato ao marido: ou ele montava um museu com os videogames ou ele teria que retirar os videogames de casa.

E ela não foi cruel como se pode pensar. Segundo Cleidson, os consoles ocupavam a casa inteira, livrando apenas a cozinha e o banheiro. Veja as fotos desde a época em que ele iniciou a coleção, no ano de 2004.

E assim podemos dizer que o radukem que Cleidson recebeu da esposa foi o pontapé inicial para que o Museu do videogame tomasse forma e saísse andando pelo Brasil e, agora, pelo mundo.

Coleção de videogames de Cleidson antes do museu existir. Eram tantos que somente o banheiro e a cozinha não eram decorados com os consoles. (Fotos: divulgação)

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René Ribeiro

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